quarta-feira, 28 de julho de 2010

Minha experiência mais próxima do homossexualismo

Estava eu numa balada (o que não é muito comum), bêbado e envergonhando meus amigos (o que é muito comum), a debater a protuberância glútea de uma moça (lembro bem, ser humano fantástico) e abusar das palavras de baixo calão, como é comum entre adultos, juvenis, indefinidos e outros. O tempo não passava, porque baladas não me agradam e o tempo custa muito a passar nesse ambiente muitas vezes hostil, isso faz com que eu me esforce para ser sociável, o que geralmente não dá certo. Minhas habilidades de conquista são praticamente inexistentes, logo, procuro refugio em uma das coisas mais bonitas, puras e sinceras dessa vida, o álcool. Minha situação financeira é limitada, obrigando o Compositor de Boleros a estender/prolongar/prorrogar/salveguardar/segurar o Cynar o máximo de tempo possível. Entre mijadas, tentativas frustradas de comunicação com o sexo oposto, danças desajustadas e nudez frontal (reprimida pelas pessoas ao meu redor, realmente não entendo o porque), eu visitava o barman (uma versão fixa no bar do já consagrado Bill), para pechinchar preço, fazer piada clichê na tentativa de ser amigo ganhando a confiança e, quem sabe, uma dose extra do que estiver disponível para beber (como cortesia e retribuição ao meu esforço) garantindo minha passagem para o maravilhoso mundo da marlboro (deixo esse trecho para livre interpretação, faça um desenho se quiser e pendure na parede do seu quarto). Esse trâmite é repetido a exaustão, ou ao total grau de ebriedade, debilitando todos os sentidos moldando o bom senso em arte abstrata/surreal/dadaísta/pornográfica (muito bem interpretada por gente como Buñuel, Dali, Duchamp, Stagliano e etc), mas ainda não cheguei lá, essas coisas levam tempo, Brasil, é um exercício, quase uma arte, como tentei explicar aqui mesmo nesta tentativa de crônica (também frustrada tentativa de inovar os posts deste blog tão íntegro e fino). Perdi o foco... Ah! Visitas constantes ao bar! Em uma dessas visitas frequêntes ao novo melhor amigo de infância (entende-se versão fixa do Bill ou barman para o senso comum), aconteceu algo inesperado e que me levou ao desconcerto. Vou tentar explicar, essa é a parte na qual o nome do texto fará sentindo (ou será mais um motivo para alguém acabar comigo quando não estiver presente), mas não dou a mínima. Diante do copo vazio, e não aguentando ficar em um ambiente hostil sem um escudo, com toda educação que preenche essa alminha triste, peço licença aos meus amigos fraternamente (ô cambada de arrombado, fiquem aqui enchendo o cú de vocês de rola que eu vou pegar outra cerveja) e, deliberadamente, viro-me para ir em direção ao bar (o lugar mais sincero e simpático da balada), ao mesmo tempo, um transeunte coadjuvante fazendo figuração na mesma cena que o Compoitor de Boleros resolve, deliberadamente também (obrigado Henry Miller) virar-se para dar sequência em sua vida em algum outro lugar, como o Compositorzinho e o figurante de balada viraram-se ao mesmos tempo, e ambos estavam de costas um para o outro (deu para perceber, né?), obviamente, houve uma colisão. Sim, sim, Brasil! Eu dei uma narigada no cara. Eu dei uma narigada em um cara! Soltei um 'Cacete' e ele olhou para mim horrorizado e praguejou alguma coisa incompreensível, já que ele cobriu o nariz com as mãos. Vi que estava tudo bem comigo, o choque não foi tão abrupto a ponto de uma Hemorragia, como eu estava bem, que se dane o outro cara! Não... não sou tão cretino, e como manda os bons costumes e a educação perguntei se ele estava bem “tá tudo bem aí, tigre?”, imediatamente ele respondeu “tá suave, fera”, eu “mal ae, campeão”, ele “foi nada, man, sem querer”, eu “é”, ele “só”, e voltamos a ignorar um ao outro. Rumei ao bar, como planejado desde o início da minha existência e ele voltou a fazer figuração na balada.
Pois é... eu dei uma narigada em um cara, essa foi a experiência mais próxima do homossexualismo que eu já vivi... pelo menos que eu me lembre, e eu nem soube o nome dele... não vou aprofundar mais o assunto, porque essa situação aconteceu ainda em tempos de consciência plena, claro que, como manda e estimula o curso de etiqueta (para principiantes), me destruí e não lembro de algumas horas dessa noite, assim como não me lembro de muitas horas (que somando chega a meses) da minha vida. Caso saiba de alguma coisa envolvendo minha ebriedade ensandecida, guarde para você, não dou a mínima.
E essa é a história, são fatos reais, se você também tem uma histórinha e gostaria de compartilhar, mande sua carta para Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Cesar, São Paulo – SP. CEP: 05413-909. Estou aguardando com uma garrafa de cynar e um risoles de queijo.

2 comentários:

Unknown disse...

ri mto!
mto bom seu blog!
bjs

Anônimo disse...

hahhahahah
essa eu conhecia

rufus