quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Minha experiência mais próxima da prostituição

Inesperado, inexplicável! Essas expressões são ainda insuficientes para reproduzir o que me aconteceu no dia 04/11/2010 por volta das 02h45min da madrugada, Brasil. O fato ocorrido me deixou indefeso, estupefato, fazendo com que questione a fina linha tênue entre as possibilidades que nos rondam nessa vida, no meu caso, pacata e rotineira. Relatarei a vocês, leitores/traidores imaginários, este evento incomum da forma mais concisa possível.
Após um dia inteiro de trabalho árduo (sei que você necessita de pessoas que trabalham Brasil, eu o compreendo e colabora, pois como Ronnie Von, sigo no ápice da minha humildade entre a plebe, mas não muito próximo, para demonstrar o quão bom, dócil e esforçado é o humano Compositor de Boleros), resolvi caminhar em direção ao ponto de ônibus mais próximo, prevendo apenas um rápido retorno ao reconfortante e amabilíssimo aconchego do bar. Já que houve trabalho, um cynar é indispensável para revigorar os ânimos de um cidadão comum, que pega ônibus e urina em postes noite à dentro como qualquer pessoa desta terra, acredito que o Brasil concorda com esta necessidade, leitores/traidores imaginários. Ao chegar, algumas pessoas já aguardavam para também usufruir do transporte coletivo, um deles tentou se comunicar “Ê, brô, onde é tua goma? Tô a mó cara no bangüê e nada de buzo, osso ó” (Vale uma nota aqui, sei da dificuldade em entender o dialeto popular nas periferias, vou traduzir, o rapaz disse apenas que aguardava pelo ônibus a bastante tempo e estava impaciente, mas antes, como manda os bons costumes, chamou minha atenção e perguntou de onde sou), atendi prontamente a cortesia e tentativa de comunicação de forma simples e direta, atendendo os mesmos padrões recebidos “hum”. Implacável em sua sutileza, o tempo continuou seu percurso por entre os presentes (mesmo sóbrio, a fluência poética domina o mal que habita meu corpo, Heim, Brasil? Uau!), com a demora, a calma facilmente abandona o estado de espírito momentaneamente eminente (deveria guardar esse trecho para meu próximo livro... tarde de mais) e, obviamente, reagi em explosão de sentimentos sussurrando “Droga”. A demora me motivou a enfrentar meus demônios, logo, resolvi andar até o próximo ponto. Atitude, Brasil, atitude! No caminho, descobri a causa do atraso, um pequeno acidente envolvendo dois carros, ocasionou o desvio da rota de ônibus, limitada devido ao horário, a um caminho alternativo. Ser evoluído que sou, leitores/traidores imaginários, utilizei de técnicas orientais milenares para controlar a minha raiva, moldando-a em criatividade poética “que bosta!”, técnica que exige muito do autocontrole, que exige disciplina, que exige meditação, que exige cynar, lembrem-se disso, lição para vida. O Compositor de Boleros não desanimou e continuou a desbravar as ruas em estado ermo pela madrugada, vencido o obstáculo, um verdadeiro feito, a vitória fincada na calçada me aguardava estática, comemorei o feito “cacete, ó essa caralha de ponto aí, porra”, prontamente pus-me a aguardar (apenas pessoas com pelo menos dois leveis acima da humanidade conhecem e sabem usufruir dignamente da paciência). Alguns minutos se passaram e avistei ao longe uma figura exótica, vestindo shorts de lycra camuflado em amarelo e laranja e top branco, caminhando apressada, olhando para todos os lados e acenando para todos os carros, ela rodopiou e repetiu o movimento pelo menos 19 vezes até chegar onde a luz do Compositor de Boleros brilhava. Ela parou e me estudou por alguns segundos até finalmente dizer “Tu tá esperando a carona para Pinheiros?”, eu “Carona?”, ela “É! Carona, carona!”, hesitei um pouco antes de responder “Tô esperando o ônibus, sabe? Aqueles grandes que levam bastante gente a distintos lugares?”, ela prontamente respondeu “Essa hora não passa mais ônibus, não! Não passa mais ônibus, não! Agora só depois das 5 da manhã! 5 da manhã!”, respirei fundo e usei palavras de sabedoria utilizadas originalmente por monges tibetanos que ecoaram através dos anos até chegarem a este momento “Que merda”. Ela deu de ombros e continuou a acenar para todos os carros e rodopiar até dizer “Tu tem dois reais aí?”, eu “Não tenho grana, desculpe”, ela voltou a me estudar com seu olhar atentamente acelerado e me atingiu com a pergunta “Você faz programa?”, atônito, não soube como responder na hora, sorri, arrumei minhas bolas na calça (muito útil quando não se tem o que dizer, Brasil, inspiração instantânea garantida) antes de dizer inocentemente “Programa? Como assim?” ela “É! Programa, programa!”, eu “Não, anjo, não faço programa”, ela “Ah!”, deliberadamente voltou a seu ritual de acenar e rodopiar até que um taxi parou, ela foi até a porta conversou por um instante com o motorista, fez gestos com a mão entrando e saindo de sua boca, como se segurasse um sorvete de palito e chupasse ininterruptamente, colocando e tirando de sua boca, até finalmente entrar no carro, o qual lentamente rumou ao horizonte até desaparecer...
Pois é, Brasil, o Compositor de Boleros, fino, evoluído, verdadeiro gentleman da classe operária foi confundido com um prostituto, cara da vida, gogo-boy, michê e etc. Não fiquei desapontado, leitores/traidores imaginários, não, não! Muito pelo contrário, me encheu de dúvidas a cena que acabara de acontecer, sondando pensamentos inexplorados até então finalmente me veio à questão que, por medo do novo talvez, não fiz ao folclórico personagem da madrugada que me abordou “Quanto será que eu deveria cobrar?”.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É o Tchan em Auschwitz



“Pau que nasce torto nunca se endireita, menina que requebra mãe pega na cabeça, VAI!”
Quem não se lembra desse clássico da verdadeira música popular brasileira? Sim, sim! Popular brasileira! Ou melhor “passa negão, passa loirinha, quero ver você passar por debaixo da cordinha, VAI” e também “ula ula de lá tchaaaaan, quebra, quebra daqui, tchaaaaan, o bahiaiaiaaa é o tchan no havai, VAI”, dentre outros grandes sucessos da banda que marcou (e manchou, sabe como é, ?) toda uma geração (perdida de largas) e, ainda hoje, reverbera em festas de casamento (desses mesmos largas) nos salões alugados situados em cima de açougues nas periferias “rala ralando o tchan ae, rala ralando o tchan, VAI”, obviamente isso só indica a longevidade e, porque não, imortalidade deste grupo que, além da contribuir com hits que até hoje estão na boca do povo, Brasil (quer queira ou não) revelou ao mundo o brilhante e inigualável intelecto da grandiosa Carla Perez, além, é claro, da violenta simpatia de Cumpadi Washington, o swingle bufante de Beto Jamaica, o Jacaré à turma do didi e uma infinidade de bailarinas, por ordem do cramulhão nomeadas Sheila (outras também passaram, eu sei, mas não lembro o nome e fiquei com preguiça de pesquisar, mal ae!) que posaram para a playboy, também por ordem do quebra-molas, ganhando um dinheiro considerável apenas para “pegar no bumbum, pegar no compasso, pegar no bumbum, pegar no compasso, VAI”. Chacoalhando a protuberância glútea nos programas dominicais adorados pelo povo (em atual decadência com Celso Portiolli), a fama os alcançou e, tragicamente/injustamente, os abandonou, após uma longa jornada de alegria nas festas no fim da rua do seu bairro.
O Compositor de Boleros e sua infinita benevolência (que palavra linda, uau!), um cara simples que, como bem sabe, Brasil, abomina injustiça, aqueceu o coração com as mãos e dispôs-se a ajudar esse grupo que por tantos anos contribuiu com a alegria da mulecada que adorava ver as menininhas do 3°B reproduzir as coreografias na hora do recreio. Por semanas a fio, o Compositorzinho tramou, arquitetou, bolou, ascendeu, fumou, bebeu e finalizou o que possibilitaria a volta deste petardo aos palcos. Com um breve passeio pela história, resgato uma apresentação memorável da banda, esquecida em VHS na estante, que teve como intenção apenas levar a esperança com carisma e coreografias ousadas à Auschwitz:



Olha um nazista lá tchaaaaaaaan
Foge um judeu aqui tchaaaaaaan
O Bahiaiaiaaaa é o tchan em Auchwitz (Vai mãinha)

Pega um quipá, põe na bundinha
Quero ver você matar uma busanfa judeuzinha, VAI!
Pega um quipá, põe na bundinha
Quero ver você matar, uma busanfa judeuzinha.
Quero ver você matar, uma busanfa judeuzinha, VAI!

Me vêm lágrimas aos olhos ver letra com tamanho cunho social, o nobel da paz é pouco para homenagear essa que pode ser a mensagem de esperança mais importante desde 'fucked with a knife'. Apoio e incentivo a criação do É o Tchan Day, onde todo cidadão poderá usar seus shorts mais apertados e reproduzir todas as coreografias na avenida paulista. Você não pode ficar fora dessa.
Com essa bela homenagem em mais um disparo certeiro na direção do sucesso, Brasil, deixo em boas mãos esse magnífico expoente da música popular Brasileira, as mãos calejadas e cansados do povo e dos leitores/traidores imaginários. É o tchan em Auschwitz não é só uma homenagem, é ação e aventura!



Em breve, CD com os maiores sucesso proporcionado pelo Compositor de Boleros, aguardem! Caso não queriam aguardar não dou a mínima.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Retomada (uma breve introdução do que está por vir)

Com orgasmos múltiplos e espontânea ereção, anuncio a retomada do curso dado pelo santo graal da bondade hostil tão amada por todos que ainda não o conhecem, Compositor de Boleros! Sim, sim, Brasil, cá estou, sóbrio (isso será remediado), um pouco mais magro (isso também será remediado), mas não menos entusiasmado para a segunda fase dos ensinamentos que levarão os leitores/traidores imaginários a lugares inimagináveis por simples seres humanos, não humanos, extra terrenos, indefinidos e outros. Com a ajuda do mestre Ronnie Von (exemplo a ser seguido), cynar, risoles (os meus são de queijo), Bill (eterno), e uma infinidade de personagens a serem apresentados nesta nova fase (você não perde por esperar, Brasil, aguarde e de preferência bebendo uma seleta, meu Deus, como há coisas para mostrar/apresentar/desvendar/dar/roubar/enfatizar/emprestar/consignar, nossa, muita coisa, cacete, vai ser extraordinário, um level acima da humanidade, soberbo, supremo, RÁ!). Além, é claro, dos já clássicos tópicos que compõem este ambiente saudável e amável que luta pelo bem da humanidade e, obviamente, pela paz mundial.
Ao setor competente, deixo algumas metas a serem alcançadas pelo Compositorzinho...

Metas de vida do Compositor de Boleros

-Lista Primária:

1 – Fazer figuração no programa A Praça é Nossa

2 – Trabalhar como animador de auditório em programa dominical

3 – Tirar uma foto com o Wando (cada um segurando uma calcinha)

4 – Gravar uma música com o mestre Ronnie Von

5 – Fazer sexo em um helicóptero, gravar e lançar em VHS

6 – Juntar Chitãozinho & Xororó, Latino, Xuxa, Mara Maravilha, Leo Jaime, Rafael Ilha, Rouge, B'roz, Fat Family, Luka (tô nem aí), Guilherme Arantes, João Penca e seus Miquinhos Amestrados, José Augusto, Gilliard, Pepê e Nenem, Baby Consuelo e filhas de nome impronunciável, Vanusa, Patrícia Marx, Sidney Magal, Luiz Caldas entre outros (só para citar alguns) para gravar uma versão em português do clássico we are the world.

7 – Pornolizar o mundo (apenas para maiores de 18 anos, não me processe, Brasil!)

8 – Urinar em todos os bebedouros no Parque do Ibirapuera, compartilhando minha pureza com seus frequentadores.

9 – Responder as perguntas dos fieis ao vivo no programa fala que eu te escuto

10 – Lavar a roupa

Claro que, conforme for alcançando as metas, acrescentarei novas, para não interromper o fluxo (porque cagar pelado também é o segredo da vida, aconselho!). Não vou revelar as novas metas ainda porque, como bem sabe, Brasil, sou um cara humilde, tímido, que fica no cantinho da casa segurando o mesmo copo de suco desde o início da visita, para não incomodar meus simpáticos anfitriões com novos pedidos, deixo uma prévia da próxima meta a ser acrescentada, a qual envolve sexo libertino entre em Luiz Carlos Datena e Carlos Roberto Massa a.k.a. Ratinho.

Para logo dentro em breve, novidades supimpas que elevarão as chamas da esperança acalorando nossos corações à leveis acima do sol (uau, Compositor, como você está poético, heim?). Sei que os mamilos de todos os leitores/traidores imaginários estão eriçados no momento, mas terão de esperar. Se não esperarem não dou a mínima, qualquer coisa estarei no fundo do copo ao lado do meu amigo, Brasil.