quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Não vou sem meu balãozinho (capítulo 11)

Uma novela do Compositor de Boleros.



Anteriormente...

Bastos finalmente chega ao planeta imaginário B611 em seu patinete ultramegamasterblastermodificationdeluxeedition versão 2.0, antes do famosíssimo B612, porque Bastos é underground e não vai dar pala em um planeta mainstream, por isso resolveu criar uma afronta à sociedade parando um planeta antes do B612, o B611. Amigo Perneta continua tentando aprender a tocar violoncelo sozinho em uma cratera na lua, cumprindo a promessa feita a andorinha dourada que encontrou no Campo Limpo e não vai sair de lá até aprender, o ferro de passar roupa, destaque no capítulo 8 da novela, toma uma decisão importante, além de queimar o filme por aí.

Afoito, excitado e com sorriso de orelha a orelha, Bastos dá seus primeiros passos no planeta B611. A ventania bagunça seus cabelos resultando em uma ululante ereção espontânea, um sentimento diferente se apodera do coração do nosso herói “Cacete! Que tesão da porra! Será que tem puteiro nesse planeta de caipira do carái?”. Andando e resmungando, Bastos começou uma exploração minuciosa no planeta, ao dobrar uma esquina encontrou uma loja Jumbo Eletro, decidiu que era hora de inovar sua vida, entrou e trocou seu patinete ultramegamasterblastermodificationdeluxeedition versão 2.0 por uma caneta 4 cores extraordinária! “Ah! Agora sim, posso escrever o que quiser, anotar telefones, desenhar relógio no meu pulso, posso até pedir um autógrafo para o mestre Ronnie Von caso o encontre de novo (caso não lembrem leitores imaginários, o encontro aconteceu no capítulo 4, mas Bastardozinho estava sem caneta e só tinha papel pra cagar), meu Deus, quantas atividades, quantas atividades”, distraído e embasbacado com a nova aquisição, Bastos não prestava atenção por onde andava, acabou por tropeçar em um buraco torcendo o tornozelo, chegando ao chão bateu com a cabeça em uma pedra pontiaguda que furou seu crânio causando sua morte instantaneamente. Uma criança que assistia a tudo comendo uma porção de toucinho, pegou a caneta da mão do Bastardo e ainda debochou “Trouxa”.
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(imaginem uma alma saindo do corpo, atravessando dimensões e lembranças guardadas no subconsciente projetando imagens, algumas nítidas e outras disformes, da vida que nosso herói teve até então. Vou colocar mais pontinhos para você imaginar mais, Brasil).
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De repente Bastos se vira blasfemando injúrias, pensando que ainda estava caindo, mas na verdade ele estava parado em uma lugar estranho, vazio, não tinha nada, nada! Tudo era muito branco, limpo. Subitamente, Bastos enfia a mão no bolso em busca da sua maravilhosa caneta que conseguiu no Jumbo Eletro para pixar tudo, não encontrou, acho estranho, muito estranho, ele nem tinha cheirado cola nem nada, neste exato momento uma imagem surge em sua frente. Bastos “Ih! Carái, olha eu lá na TV, arrebenta bonitão!”. A imagem transmitia os últimos momentos de sua vida, a glória alcançada com caneta de quatro cores até a patética morte tropeçando no buraco, além claro, da menininha que roubou sua caneta e ainda o chamou de trouxa. Bastos “Que vaca filha da puta, roubou minha caneta! Vingança, vingança, foda-se eu ter morrido, não admito roubarem minha caneta! Vou juntar uns caras e socar ela, essa vaca do carái aí”. A imagem desaparece e o lugar volta a ficar vazio, tudo branco, muito limpo. Bastos “Puta lugar chato da porra ó filhão, vou dar um rólis vai que acho um puteiro”. Andando, andando, andando e andando, Bastos encontrou um velho sentando em um banco, cabelo grisalho, paletó marrom, calça jeans, sapatênis e jornal em mãos, o velho lia pacientemente as notícias, nem se deu conta que estava sendo analisado por trás. Bastos “Ó um fita ali, vou trocar um proceder, será que é Deus? Ê Jão, ô tiozão, suave aí, tu é Deus na parada, man?”. O velho calmamente dobra o jornal e o coloca de lado no banco, vira-se e diz...

Antes disso, vamos dar uma olhada no Amigo Perneta:

Dentro de uma cratera na lua sai um som horroroso que arrepia de medo até os pelos do períneo (região entre o saco escrotal e o orifício anal. Nota do compozitorzinho), fazendo com que os habitantes invisíveis da lua se mudem para plutão. Houve reclamação formal no setor responsável, abaixo assinados e passeatas, mesmo assim não foi possível impedir o Amigo Perneta, ele não via os habitantes invisíveis (pois todos eram invisíveis). Bom... nada acontece aqui, o cara tá compenetrado e obstinado a aprender a bagaça, deixa ele treinando aí, quando algo realmente interessante acontecer voltaremos para verificar.

O velho tinha dobrado e colocado de lado o jornal, virou-se e disse “Infelizmente, não sou Deus, mas meu chefe tá quase lá”. Bastos reconheceu o rosto de imediato, caiu de joelhos e começou a chorar desesperadamente, soluçando disse “Caramba, não acredito no que vendo, não acredito, cacete, não acredito! Você... é você mesmo? É você, Carlos Alberto de Nobrega?”

Meu Deus, que capítulo alucinante este, Brasil! Bastos morreu e encontrou o Carlos Alberto de Nobrega no Além, Amigo Perneta espantou todos os habitantes invisíveis da lua e ainda está longe de cumprir a promessa feita a andorinha dourada que encontrou no Campo Limpo, o Ferro de Passar Roupa, que iria tomar uma decisão importante nem apareceu, e o balãozinho? Qual será o desfecho da novela mais ação e aventura da sua internet, Brasil? Não ousem perder o próximo capítulo de 'Não vou sem meu balãozinho'. Uma novela do Compositor de Boleros.

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