quarta-feira, 10 de novembro de 2010

É o Tchan em Auschwitz



“Pau que nasce torto nunca se endireita, menina que requebra mãe pega na cabeça, VAI!”
Quem não se lembra desse clássico da verdadeira música popular brasileira? Sim, sim! Popular brasileira! Ou melhor “passa negão, passa loirinha, quero ver você passar por debaixo da cordinha, VAI” e também “ula ula de lá tchaaaaan, quebra, quebra daqui, tchaaaaan, o bahiaiaiaaa é o tchan no havai, VAI”, dentre outros grandes sucessos da banda que marcou (e manchou, sabe como é, ?) toda uma geração (perdida de largas) e, ainda hoje, reverbera em festas de casamento (desses mesmos largas) nos salões alugados situados em cima de açougues nas periferias “rala ralando o tchan ae, rala ralando o tchan, VAI”, obviamente isso só indica a longevidade e, porque não, imortalidade deste grupo que, além da contribuir com hits que até hoje estão na boca do povo, Brasil (quer queira ou não) revelou ao mundo o brilhante e inigualável intelecto da grandiosa Carla Perez, além, é claro, da violenta simpatia de Cumpadi Washington, o swingle bufante de Beto Jamaica, o Jacaré à turma do didi e uma infinidade de bailarinas, por ordem do cramulhão nomeadas Sheila (outras também passaram, eu sei, mas não lembro o nome e fiquei com preguiça de pesquisar, mal ae!) que posaram para a playboy, também por ordem do quebra-molas, ganhando um dinheiro considerável apenas para “pegar no bumbum, pegar no compasso, pegar no bumbum, pegar no compasso, VAI”. Chacoalhando a protuberância glútea nos programas dominicais adorados pelo povo (em atual decadência com Celso Portiolli), a fama os alcançou e, tragicamente/injustamente, os abandonou, após uma longa jornada de alegria nas festas no fim da rua do seu bairro.
O Compositor de Boleros e sua infinita benevolência (que palavra linda, uau!), um cara simples que, como bem sabe, Brasil, abomina injustiça, aqueceu o coração com as mãos e dispôs-se a ajudar esse grupo que por tantos anos contribuiu com a alegria da mulecada que adorava ver as menininhas do 3°B reproduzir as coreografias na hora do recreio. Por semanas a fio, o Compositorzinho tramou, arquitetou, bolou, ascendeu, fumou, bebeu e finalizou o que possibilitaria a volta deste petardo aos palcos. Com um breve passeio pela história, resgato uma apresentação memorável da banda, esquecida em VHS na estante, que teve como intenção apenas levar a esperança com carisma e coreografias ousadas à Auschwitz:



Olha um nazista lá tchaaaaaaaan
Foge um judeu aqui tchaaaaaaan
O Bahiaiaiaaaa é o tchan em Auchwitz (Vai mãinha)

Pega um quipá, põe na bundinha
Quero ver você matar uma busanfa judeuzinha, VAI!
Pega um quipá, põe na bundinha
Quero ver você matar, uma busanfa judeuzinha.
Quero ver você matar, uma busanfa judeuzinha, VAI!

Me vêm lágrimas aos olhos ver letra com tamanho cunho social, o nobel da paz é pouco para homenagear essa que pode ser a mensagem de esperança mais importante desde 'fucked with a knife'. Apoio e incentivo a criação do É o Tchan Day, onde todo cidadão poderá usar seus shorts mais apertados e reproduzir todas as coreografias na avenida paulista. Você não pode ficar fora dessa.
Com essa bela homenagem em mais um disparo certeiro na direção do sucesso, Brasil, deixo em boas mãos esse magnífico expoente da música popular Brasileira, as mãos calejadas e cansados do povo e dos leitores/traidores imaginários. É o tchan em Auschwitz não é só uma homenagem, é ação e aventura!



Em breve, CD com os maiores sucesso proporcionado pelo Compositor de Boleros, aguardem! Caso não queriam aguardar não dou a mínima.

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